sexta-feira, 25 de junho de 2010

Azul

O azul é a íncor
O que é descolorido e infinito
Mente uma cor clara
Um azul mar-te

O céu não é tão azul quanto antes, hoje
A ausência, o translúcido tende a ela
Confunde qualquer sentido
Nos tranquiliza a vista

Falso, mera indução
Perfeição


(isso foi escrito pra um destinatário, aí hoje está aqui)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A dança do amor

A dança da vida encanta todos os seres

Há os que observam, os que julgam

E os dançarinos que se mostram com todo esplendor


Nas profundezas do mar

Os sexos opostos se reúnem

Em uma grande festa do amor

Não há chamadas, são os seus sentidos que os unem


Do fruto desse amor, a beleza da cópula emerge

À beira do mar, onde nasceram outrora

Após milhares de milhas percorridas

Guiadas pelos seus complexos sentidos perfeitos


Irracionais uns diriam, plenos de consciência natural, outros.


Mais de cem possíveis vidas brotam da areia cristalina

Sobem uns por cima dos outros, se ajudando, em uma noite fria

Sua única meta é chegar ao mar e relaxar em toda sua calmaria

Nadadeiras minúsculas esforçam-se pra carregar seus cascos vivos


Depois de toda a beleza do amor

De tantos frutos semeados

Apenas um poderá experimentá-la, o solitário

Sua função: Prorrogar o amor e a beleza por mais centenas de anos

Por longas gerações colossais

Tal como sua vida


(dedicado aos amigos, pais e mães que chegaram e que estão por vir)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Homenagem à terra

Da terra, certo dia, brotou um homem
Da cor da sua mãe, como esperado.
Que por ela foi ensinado a se comunicar,
a se impor e opor ao injusto

Conversava com sua mãe e irmãos especiais
Sua música deixava as pessoas em transe
Era a natureza se mostrando em mais uma de suas facetas

O som que saía da terra empoeirada
Que subia pelos seus pés descalços
Recebia a força de todo seu corpo
E com sua mente e voz era transmitido ao mundo

Um homem que um dia veio da terra,
Na terra viveu e lutou pelo seu povo,
E que, ao fim, juntou-se novamente à Mãe
Deixando diversas sementes, de diversas cores
a serem germinadas por outros ares

sábado, 12 de junho de 2010

O que talvez ele diria


Um procedimento de adaptação
o mutar de uma pedra
em um homem fraco
ao mesmo tempo
Inquebrável,
Fluido que atravessa uma peneira.

A Transformação dos elementos
o tempo é irreal, inexiste
As coisas são infinitas
Possuem todas as formas

É a reunião do tudo
um elemento simples
que representa todos

O amor àquela pedra
é o amor ao homem
que é o amor à água
Que é o amor a tudo
e o desapego ao tempo

sábado, 5 de junho de 2010

Espiral

A bela flor nasce na árvore
Dela nascem os frutos
Que protegem suas sementes acima de tudo

Os frutos são comidos pelo animal
Ele disseminará sua semente até então intocada
Germinará a futura árvore

A bela flor...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Junho

Estamos em junho, mês do amor
Nove e meia da manhã
Sol forte, parque com certeza
Preciso me movimentar

O Astro Superior se mostra por completo
Sua força me absorve em si
Sou completo Sol

Era conduzido pra onde ele quisesse
Os cachorros que levavam seus donos pra passear
Olhavam-me perplexos por tal posse
"Como pode ele se entregar assim pro amarelinho?"

Fui conduzido a diversas direções
Ele queria deixar sua marca, se identificar
E eu sem resistência o obedeci

Os pássaros que sobrevoavam o local
indicavam certa dúvida em suas expressões
Davam outra volta pra confirmar o que viam e
seguiam em seguida seus rumos...

Foi isso o que aconteceu no início do mês do amor, Junho.